terça-feira, maio 31, 2005
Caixa de Música
segunda-feira, maio 30, 2005
O mérito de Campos e Cunha
Daquilo que sei, posso também afirmar que para impor uma organização meritocrática são necessárias 3 condições: formação contínua e eficaz dos funcionários; boas condições de trabalho; uma avaliação realista e voltada para o melhoramento da qualidade do trabalho.
As três são caras, podemos mesmo dizer muito caras. Os governos têm apostado em reformas a custo zero. Mas para estabelecer o critério do mérito é preciso investir, e muito, sem resultados visíveis a curto prazo. Como é que vão descalçar essa bota?
sexta-feira, maio 27, 2005
Sócrates
E como fartei-me de zurzir no homem, também posso acrescentar: não está mal, não senhor. Falou a sério, não escondeu o que não era de esconder e mostrou trabalho de casa. Já está a ganhar ao antecessor, que dizia qualquer asneira que lhe viesse à cabeça. Só não foi tão rápido como Barroso; o nosso Durão esperou três dias para dizer que estava a mentir quando prometeu não aumentar impostos; Sócrates demorou três meses.
Mesmo assim não é de esquecer que começamos pelo mais fácil. Aumentar receitas e diminuir despesas pela via da subida de impostos, cortes salariais e contenção de investimento não é difícil. É só uma questão de fazer contas. A parte que custa mais é o principal desafio português: como é que vamos aumentar o PIB?
Voltei
Conto também reactivar de imediato o Caixa de Música, que, coitado, ficou sem pio nos últimos três meses.
Não vou maçar ninguém a explicar o sucedido, mas deixo um conselho amigo: se virem algum agente/vendedor de uma empresa de telecomunicações a caminhar na vossa direcção, corram para casa, fechem as portas e janelas e chamem a polícia. Quem avisa...
quinta-feira, maio 26, 2005
A Queda - Hitler e o Fim do Terceiro Reich

Confesso que andava já há muito tempo curioso por ver este filme, que demorou eternidades a chegar a Portugal. A nossa crítica arrasou-o (pelo menos a do Público) mas considero que injustamente. É uma excelente reconstituição de um dos momentos mais absurdos da história contemporânea. É certo que o argumento poderia ter assumido uma postura mais crítica em relação às fontes recolhidas (há demasiada gente inocente e ingénua no filme, e algumas das pessoas são retratadas com muita benevolência – veja-se o caso de Albert Speer, número dois do regime, que estudos recentes vêm confirmar ligações inequívocas à construção do campo de concentração de Auschwitz), mas julgo que o filme é muito rico pelo modo como nos apresenta o ambiente claustrofóbico e irreal do bunker de Hitler, o centro do regime nazi na sua fase decadente, uma espécie de espaço simbólico da implosão do nacional-socialismo, encolhido num exíguo reduto subterrâneo.
O bunker funciona quase como um espaço de acolhimento para o espectador. Ao assistir ao filme tornamo-nos seus habitantes. De vez em quando saímos, para visitar a cidade em escombros, mas quase sempre somos remetidos para o abrigo subterrâneo. É aqui que se passam quase todas as acções e onde vivem a maioria das personagens. Tudo o que sabemos é através dele. Assistimos ao dia-a-dia dos que lá vivem, as reuniões, as ordens absurdas de Hitler, as discussões entre os diversos comandos, as intrigas, a tensão crescente, a desmoralização gradual das hostes, a recusa de rendição. Como eles conhecemos a marcha da guerra apenas através das notícias a conta-gotas que vão surgindo, muitas vezes truncadas e vagas, a situação da resistência alemã, o desespero pelos desaires nas diversas frentes de guerra. Vemos também a figura caricatural de Hitler, doente e abatido, às vezes amável, mas quase sempre irascível, recusando-se a reconhecer a realidade, sempre a acreditar, ou a simular acreditar, na reviravolta da guerra.
A recusa da capitulação é o que mais impressiona. Hitler nunca pretendeu sobreviver em caso de derrota, e queria levar consigo o povo alemão. Como ele próprio afirmou, «um povo que se mostrou tão fraco, não merece misericórdia». O suicídio teria de ser colectivo, portanto. Quem não resistisse até à morte era traidor, e isso foi muito bem compreendido e aceite por muitos dos seus seguidores, que sentiam um autêntico fascínio pelo ditador. Há uma cena impressionante no final do filme que mostra bem a loucura alemã na 2.ª Guerra Mundial e que permite perceber porque morreu tanta gente no epílogo da guerra. Um grupo de soldados das SS, de armas na mão e prontos para a batalha, perante a notícia da capitulação, optam, automaticamente e em simultâneo, pelo suicídio, uns de tiro na nuca, outros a trincar cápsulas de veneno.
O fascínio pelo líder nazi (o filme explora muito bem isto) não explica tudo, havia também o temor real de que a história da humilhação alemã sofrida na 1.ª Guerra Mundial depois da capitulação se repetisse.
quarta-feira, maio 25, 2005
Bronzeando-se numa praia de Cannes...
Os críticos de cinema do Jornal de Notícias, nunca foram muito de “picar o ponto”, mas tenho reparado que há uns meses para cá, três deles, têm feito o favor de atribuir, por semana, apenas as estrelas a um filme, no máximo.
Olha-se para o quadro geral e é quase uma tela em branco. A honrosa excepção é Manuel Menano que é quase totalista. Quanto aos outros, e na edição de hoje, em dez filmes : José Miguel Gaspar pontua três, o mesmo com Marco Grieco, e João Antunes, vá lá… pontua quatro. Para haver pelos menos 2 pontuações atribuídas por filmes, lá combinam entre eles quem é sacrificado que vai ver este ou aquele filme, embora com tanto escassez, um dos filmes só é pontuado por um deles. Imaginem quem? M. Menano, claro.
Eu imagino é que estes senhores críticos devem ter o tempo muito ocupado bronzeando-se nas praias de Cannes, para estar in loco, junto das actrizes que anseiam por serem entrevistadas por jornalistas tão latinos, na forma de estar (e de trabalhar).
Compare-se com o Público, ou o Expresso e vejam-se as diferenças.
Expedição Portuguesa atinge cume do Lhotse (8516m)
Ainda não tinha felicitado a expedição portuguesa (João Garcia e Hélder Santos) por ter alcançado o cume do Lhotse (8516 m.) e como tal faço-o agora. Hélder Santos, por problemas de ouvidos não pode realizar o último trecho da subida e como tal João Garcia incumbiu-se de pisar, a solo, no passado sábado, cerca das 13 h. lusas, o cume da sua sexta montanha acima dos 8 mil metros.
Uma expedição com muitos contratempos, por contingência maior, mas que a experiência dos nossos himalaístas soube contornar os osbtáculos para chegar mais acima, com as cores lusas bem representadas.
Lhotse (fonte)
João Garcia refere no seu diário que a expedição “Foi muito, muito difícil, é capaz de ter sido das expedições onde arrisquei mais. Acho que só cheguei ao cume por pura teimosia, mas, felizmente, tirando um cansaço extremo, físico e mental, não tenho problemas sérios.(…)”
Mais uma vez Parabéns!
Associação Americana de Editoras Universitárias também contra o Google Print!
A Associação Americana de Editoras Universitárias, que representa 125 editoras sem fins lucrativos de publicações académicas e livros de teses dos Estados Unidos considera que o Google Print, em muitos casos, não respeita o copyright (direitos de autor) e que tal irá causar às editoras graves problemas financeiras, motivado pela quebra de vendas.
E. S. Rodo : um Modelo de Escola!

A Escola Secundária do Rodo, na Régua, uma das seis escolas onde dei aulas, concretamente no ano lectivo 2000/2001, afigura-se-me ainda hoje a escola onde me deu mais gozo leccionar, e a uma razoável distância de quase todas as outras, sem menosprezo por nenhuma das outras, aliás, das quais também guardo muitas boas recordações.
Por vezes a confusão com a contígua Escola Profissional do Rodo, e a ´inveja´, motivada pelos modernos equipamentos e a boa gestão destes, atribuem-lhe por vezes alguma fama perniciosa, mas na minha opinião deveras injusta. A presença de uma forte comunidade etnia cigana, relativamente perto, por vezes também induz à ocorrência de algumas situações (fugazes) mais bicudas, mas certamente motivadas não por um ou outro grupo, mas pela persistente problemática, a nível nacional, da inserção e integração de alguns etnias na nossa sociedade, de que somos todos co-responsáveis.
Em 2000 a E. S. Rodo, foi classificado, pela OCDE, como tendo das melhores instalações escolares do mundo e respectiva utilização de meios. Uma pequena escola, com menos de meio milhar de alunos, onde impera um espírito bastante familiar, numa boa convivência entre todos : alunos, professores, funcionários e pais. Mas sobre esta escola poderia estar semanas e semanas a falar, e com o maior dos prazeres. Apenas quero mencionar que desde o início do ano lectivo 2001/2002 o Conselho Executivo passou a ser presidido por um meu (ex-)colega de Geografia, o sempre simpático, bom vivant e animador: Salvador; tendo como vice-presidentes também o meu (ex-)colega de Geografia Tomé, amigo do rigor e dos livros, e um professor de Religião e Moral, o também muito brincalhão e douto, Nelson (na direcção anterior estava como presidente o António Coutinho, e vices o Salvador e a Augusta)
Na senda das múltiplas actividades e boas práticas que a Escola realiza com elevada frequência, esta criou em finais de 2002 um projecto de solidariedade (a iniciativa partiu dos alunos e, de imediato, granjeou a participação de professores, pais e encarregados de educação), destinada a ajudar o Emanuel Silva, o menino-azul, que recorde-se mora em Famalicão, a pelo menos mais de 80 quilómetros da Escola. Os alunos da Escola venderam desde então t-shirts, chapéus, porta-chaves, etc., para angariar dinheiro para o Emanuel. A iniciativa contou também com o apoio do governador civil de Vila Real, António Martinho, ex-professor.
No dia 20 de Maio de 2005, a Escola entregou à mãe de Emanuel um donativo superior a 1500 Euros e realizou uma exposição na escola dos quadros pintados pela mãe de Emanuel, que poderiam ser comprados.
Esta Escola é um modelo em todos os sentidos!
terça-feira, maio 24, 2005
The Pros and Cons of Hitchhiking
Considero que em Portugal, continua-se (e continuar-se-á) a discutir em excesso e a obrar pouco.
No entanto, há debates cuja realização é incontornável. Foi o caso de ontem à noite na RTP1, no programa Prós e Contras, a discussão sobre a (péssima) situação financeira do país, que apesar de não ter sido um grande debate, felizmente também não foi um debate bonito. Uma troca de ideias com poucos floreados e demagogias, típicas de muitos prosélitos e militantes dos partidos (que mais lhe dão jeito). Esta discussão juntou anteriores governantes das pastas financeiras e afins: Bagão Félix, Joaquim Pina Moura, Eduardo Catroga, Nogueira Leite, (Manuela Ferreira Leite, invocou uma razão para não estar presente),… Murteira Nabo substitui Silva Lopes, pelos vistos. José Gil , na plateia, reafirmou os seus pontos de vistas sobre estes assuntos. Apesar de não decorrerem do debate grandes novidades, os vários intervenientes tentaram clarificar em grandes traços a sua (linha de) actuação durante a sua governação, assistindo-se mesmo a muitos casos de mea-culpa, que mereceriam alguma comiseração, se não conhecêssemos alguns reversos dessas estórias.
Todos se esquivaram a vestir a pele do suposto criador e nutridor do Monstro (despesa pública), mas opinaram sobre as soluções mágicas para ele emagrecer uns quilos. As tais que não foram efectivamente/eficazmente implantadas aquando da sua governação. No entanto o despique entre as duas alas foi relativamente interessante, um pouco elevado e a problemática situação do país obrigou a discutir mais o essencial do que o acessório e interesseiro (entenda-se partidário).
E já agora, um cândido desejo: que os governantes deixem de andar à boleia desta ou aquela facção da opinião pública e neste domínio implementem as reformas que urgem. E que todos, todos passem pelas reformas e não sempre os mesmos.
p.s.(d.) : assisti aos primeiros dois terços do debate
QUEBRÁMOS O ENGUIÇO
Tinha prometido a mim mesmo só falar de futebol no Rotação Difusa se acontecesse algo de verdadeiramente extraordinário. Ora, depois da conquista do título, não há meio de evitar de falar sobre o assunto. Deixei um dia de intervalo, para evitar dizer muitas besteiras.
A aposta na continuidade foi claramente ganha. Mais uma razão por isso para me sentir contente. Quem me conhece sabe que há muito que considero que é preferível ter uma equipa mais pobre do que assistir àquele vaivém de jogadores e técnicos que aconteceu nos anos 90. Os adeptos nos últimos dois anos bem suspiravam por reforços, sem perceber que sem dinheiro, muito dinheiro, é impossível construir uma equipa num só ano. Mais vale por isso estabilizar o plantel, potenciar a qualidade da equipa, fomentar nos jogadores identidade clubística (como existe nos jogadores mais antigos do FCP) apostar nos recursos das camadas jovens.
Era este o caminho, e foi isto que se fez. O título haveria de surgir mais cedo ou mais tarde.
segunda-feira, maio 23, 2005
24 de Maio, Dia de Portugal - Exposição Mundial de Aichi
Daqui a poucas horas inicia-se na Exposição Mundial de Aichi o Dia dedicado a Portugal. Uma série de eventos promovem alguns aspectos da cultura portuguesa.
O Presidente da Republica Portuguesa desloca-se de propósito ao Japão para assistir a este Dia. Para além da sua participação na Exposição, Jorge Sampaio reunir-se-á com o imperador Aikihito, o príncipe herdeiro Naruhito, e com o primeiro-ministro Junichiro Koizumi. A estadia de Jorge Sampaio incluirá ainda uma comunicação junto do leitorado de português na faculdade de Culturas Estrangeiras, da Universidade de Quioto.
Da outra vez que abordei a exposição de Aichi referi que Portugal era dos poucos participantes que não dispunha de web site, pois agora já dispõe de um, mas diga-se só de fachada (se fosse ali +-perto, em Macau, diria que se tinham inspirado na fachada da igreja de S. Paulo). Aliás este web site é um reflexo da singela participação portuguesa nesta exposição (falta de verbas…). O Pavilhão de Portugal é dos mais reduzidos. Da autoria dos arquitectos Vítor Mestre e Sofia Aleixo, e do designer Henrique Cayatte, subordina-se ao tema "O Homem, a Natureza e a História". Nele é destacada sobretudo a relação histórica de Portugal com o Japão. O Pavilhão inclui áreas de exposições, um restaurante e uma loja. O logótipo da participação portuguesa pretende mostrar a ligação por mar entre as duas nações.
Mas os eventos ligados a Portugal não se reduzem ao seu Dia, e podem ser consultados aqui.
Como é referido no Diário Digital: “À semelhança de qualquer outro visitante, Jorge Sampaio será acolhido por robôs com feições humanas que sabem falar quatro línguas e percebem até 40 mil palavras, conseguindo mudar as suas expressões faciais de acordo com o momento, sorrindo e piscando os olhos.
Além destes recepcionistas, outros robôs brincam com crianças e ajudam na limpeza da Exposição. Cerca de 100 robôs de cinco tipos diferentes trabalham e ajudam na organização do evento, que desta vez tem como tema a tecnologia e o meio ambiente.
Três versões do «Actroid», criado pela empresa japonesa Kokoro e pela Advanced Media, participam na Expo´2005, recebendo os visitantes e dando indicação de direcções. O «Actroid» percebe frases em inglês, coreano, japonês e chinês e é programado para dar mais de duas mil respostas diferentes.”
Discrepâncias editoriais!
Em Portugal as editoras, para contrabalançarem as reduzidas tiragens , socorrem-se de publicar um elevado número de obras. Só que em 2004, repetido ano de crise, segundo dados da APEL, ocorreu um aumento de quase 50% (!!) de obras publicadas. E parece que as causas de tal boom não são muito perceptíveis!
Notícia do Diário Digital:
Edição de livros em Portugal subiu quase 50% em 2004.
Em Portugal são publicados, em média, dois livros por hora, o que perfaz 46 obras diárias, e em 2004 a edição subiu quase 50%, o maior aumento dos últimos anos, segundo a Associação Portuguesa de Editores e Livreiros.
Diário Digital / Lusa
O Porto tem mais encanto vestido de Vermelho e Branco!
Benfica CAMPEÃO 2004/05!
A longa espera deu mais sabor a este título, que o Benfica teve mérito em conquistá-lo!
Fui com dois amigos meus (Carlos e Zé) para o aeroporto Sá Carneiro (atribuir a um aeroporto o nome de uma pessoa que morreu num acidente aéreo, só em Portugal!) festejar, pois a Baixa deixou definitivamente de ser território do povo português para ser pertença exclusiva de uma outra nação, a (des)torcida dos SDragões, que se considera acima (ariana) dos vulgares lusos (e da lex).
Mas falemos do que interessa. Desde cerca das 23 h, estivemos a festejar o título com alguns milhares de adeptos, cantarolando e com umas cervejas à mistura, quer no exterior, quer no interior do renovado aeroporto. Perto da 1 da manhã chegou o autocarro dos Campeões, e os cânticos das águias ainda voaram ainda mais alto. O autocarro deu uma volta e o pessoal escoltou-os, tudo aos pulos, a correr e a cantar, e alguns até a pingar (suor, cerveja, e… lágrimas).
O FêCêPê bem que pode festejar o seu 10º lugar, no campeonato caseiro ( 4 derrotas e seis empates nos 17 jogos caseiros - só 52% de (falta) de eficácia!), onde as equipas com suposta “falta de jeito”, não deram jeito nenhum!
O Rio Ave ficou apenas a dois pontos da Europa! Parabéns de novo ao Carlos Brito e à equipa!
Faço aqui o meu apelo para que Pinto da Costa continue por muitos e maus anos no F.C. Porto para poder festejar mais títulos encarnados.
Bibó Benfica, carago!
domingo, maio 22, 2005
Lydia Lunch
Ontem, no Festival do Tímpano,
A música era muito boa, e sobretudo feita à medida da vocalista, com composições prolongadas e cadenciadas para que ela pudesse falar, sussurrar, gritar, guinchar, provocar, praguejar, e até cantar.
sexta-feira, maio 20, 2005
A nova mania que põe os olhos em bico!

Depois da Heidi, Conan, Karaoke, Dragon-Ball, Pokemon, Tamagotchi,… surge ´agora´ vindo do Japão o Sudoku.
Até 1996 o puzzle não teve sucesso nenhum até que a Nikoli mudou um das regras e passou a ser um grande hit no Japão. E só agora, em 2005, foi descoberto pelos europeus e americanos. Faz-me lembrar a notícia das carruagens exclusivas para senhoras do metro, que já existem no Japão há muito tempo, mas só agora com a sua extensão, o resto do mundo acordou para esse facto.
As razões da PLG contra Prémio atribuído a Laura Bush!
A PLG (Progressive Library Guild) discorda veementemente da atribuição, em Abril passado, de um Prémio de Reconhecimento a Laura Bush, por parte da ALA.
A secção da ALA, de El Paso (Texas), terra de Laura, foi a iniciadora da campanha para a atribuição de um Prémio, com base nas acções ( e ideais subjacentes) levadas a cabo pela primeira dama ao longo da sua vida em defesa das bibliotecas e da leitura, inclusive a sua milionária campanha "Recruitment of Librarians for the 21st Century"
O PLG apresenta uma lista de seis argumentos contra a atribuição deste prémio:
- A concordância de Laura Bush com o Patriot Act, que encerra em si uma forte política de censura e de violação dos direitos civis , e que inclusive foi censurada pela ALA. O mais caricato é que Laura Bush na altura criticou a toda-poderosa (65 mil membros) ALA por ser demasiado radicalista nas suas opiniões.
- O facto de o apoio dado por Laura Bush às bibliotecas Americanas não ser democrático
- O facto de Laura Bush já ter exercido em algumas situações uma camuflada censura à realização de certos eventos no âmbito das Bibliotecas e afins.
- a total ausência discussão no seio (dos membros) da ALA da atribuição deste prémio e a não clarificação dos critérios usados para se atribuir tal distinção.
- o facto deste prémio servir com moeda de troca para um “incremento das relações” entre a ALA e administração Bush
Lugar preferido dos lusos para pôr a leitura em dia.
Miguel Esteves Cardoso(MEC 1) vem advogando desde há muitos anos que, efectivamente, o lugar onde se lê mais em Portugal é nas toilets.
Talvez devêssemos apostar mais em toilets personalizadas como a da imagem acima!
quinta-feira, maio 19, 2005
Viajando entre as nuvens...

Ainda pela South American way temos o nostálgico "Tren a las nubes" como é conhecido na Argentina, por atingir uma altitude máxima de 4226 metros. O comboio, inaugurado em 1948, faz o trajecto entre a bela cidade de Salta, no noroeste da Argentina até Antofagasta, na costa do Pacífico, no Chile. Atravessa muitos canyons e vales abruptos ao longo do seu trajecto, com vista privilegiada para sublimes paisagens dos Andes. A viagem dura 15 horas e devido à rarefacção de oxigénio a estas altitudes possui uma equipa de auxílio bem como muitas garrafas de oxigénio.
Possui até um site próprio muito giro. E se querem realizar uma viagem virtual aqui têm 69(!) imagens em grande panorâmica (é só clicar para viajar!E se carregarem no titulo inferior de cada imagem esta amplia-se ainda mais)
quarta-feira, maio 18, 2005
Estranhos lugares a 5 mil metros!

"Mais uma foto insólita da paisagem do Atacama. Aqui é no chamado Passo de Jama, divisa entre o Chile e a Argentina. Com altitudes beirando os 5000m, um frio de lascar e congelar o equipamento, eu posso ser sincero, nunca vi paisagem igual...Uma mistura de nuances e tons. Essa foto foi tirada perto das 8:00 hs AM. O frio beirava seus -10º C . Os vulcões ao fundo deram um outro toque legal..."
Florestas (e Homens?) Primárias!
Q.I. em subida acentuada?
Verifica-se contudo um relativo consenso, entre os investigadores, que, pelo menos nos países industrializados o Q.I. têm vindo a aumentar siginificativamente nas últimas décadas (não é que noutros países não se regista o mesmo). Novidade ?
Alguns blogues meus:
Etiquetas: blogues
terça-feira, maio 17, 2005
Definição de Infopédia : preços surrealistas!

Há dois anos atrás ganhei num concursozinho uma subscrição por dois anos da Infopédia online. Ao longo de dois anos esta assinatura deu-me muito jeito para aceder aos dicionários de Inglês e Francês, para Português e vice-versa. Não usufruí de artigos, de banco de recursos, do atlas e afins, pois na net em geral (e na Britânica online e na Wikipedia ) considero que há melhor. Ontem terminou a minha subscrição e verifiquei que para renovar, o modulo mais barato é o de utilizador doméstico que são só 50 € (!!) por ano, podendo ir até aos 500 € (!) nas empresas. Considero que os preços são exagerados para o tipo e qualidade de serviços que disponibilizam, mesmo comparando com outros produtos semelhantes.
Infelizmente na internet não se encontram dicionários de Inglês e Francês, para Português e vice-versa, com qualidade minimamente aceitável, contudo não será por essa razão que irei renovar a minha assinatura. Devido a esta lacuna na net, a Porto Editora podia fazer um pacote restrito à utilização de dicionários estrangeiros. Lá vou ter que consultar os dicionários por DVD.
Alerta Laranja
Os Estados Unidos sempre tiveram um défice de alunos nativos nas áreas tecnológicas, face às elevadas necessidades de profissionais qualificados que possuem nestes domínios. Os EUA foram suprindo esse défice ao longo dos anos com a entrada de alunos estrangeiros (chineses, indianos, mexicanos, países de leste europeu,…). O cerne da tecnologia, a informática (computer science), tinha sido até agora onde menos se registava esse défice. No entanto, desde os últimos quatro anos, mesmo este núcleo tecnológico tem vindo a sofrer nos EUA uma redução muito acentuada de alunos, sobretudo do sexo feminino, como foi verificado por um estudo publicado no Computing Research News (Vol. 17/nº 3 - Maio de 2005). As causas apontadas têm sido a relativa crise que tem afectado o sector das dot.com nos últimos anos, patente no decréscimo do volume de negócios do NASDAQ, e por outro lado a crescente sub-contratação de serviços a empresas de informática de outros países (offshore outsourcing).
Ao invés, em Portugal, a procura de cursos de informática continua a aumentar, embora ainda se verifique uma excessiva percentagem de diplomados que, no final dos seus cursos, exerça a sua profissão na área do ensino.
O campeonato do Luisão
segunda-feira, maio 16, 2005
ContraTEMPOS inevitáveis!
Lhotse (8516 m.) - João Garcia e Hélder Santos
Face ao mau tempo que tem se tem feito sentir nos últimos dias no perímetro em redor das montanhas da expedição, em que João Garcia e Hélder Santos pretendem atingir o cume do Lhotse (8516 metros), estes viram-se compelidos a atrasar, pelo menos por uns dias, a prevista subida ao cume. Esta expedição, a primeira 100% portuguesa, de subir a um cume acima de 8 mil metros, pode ser comodamente seguida (até no sofá com o portátil) quase passo-a-passo no Público. No web site inclui-se um admirável diário, onde João Garcia , com a sua cativante escrita, sempre atenta a contar-nos curiosos ( e por vezes insólitos) pormenores, nos transporta um pouco para o ambiente que se vive na expedição. O João Garcia (e o Hélder santos) também respondem, e em tempo bastante real, a muitas das questões colocados pelos leitores.
A rota de escalada a seguir é a via normal, pela cascata de gelo do glaciar de Khumbu, depois o Western Cwm (circo) e por fim face a Oeste do Lhotse. Neste mapa podem ver que se trata da linha a cor laranja, que segue pelo glaciar Khumbu, só que inflecte a dada momento para o Lhotse (e não segue para o Everest). Neste mapa podem ver com mais detalhe a rota, com a diferença que a partir do campo 3 inflecte para o Lhotse ( e não para o Everest).
A expedição chegou à capital do Nepal, Katmandu, a 2 de Maio, e desde então seguiu-se o habitual (e longo) período de aclimatação. Agora que a aclimatação foi bem realizada, a expedição espera a melhoria do tempo e das condições de neve e gelo para realizar a longa subida até ao cume. Entretanto decidiram descer a níveis de altitude mais baixos para usufruirem de melhores condições e retomarem forças para as etapas finais da expedição. A progressão é realizada sem carregadores de altitude e numa fase mais avançada a escalada ao cume será feita em estilo alpino, como já nos habituou João Garcia. O himalaista relatou-nos que o frio extremo que se fez sentir no dia 11 de Maio foi bastante severo para alguns sherpas. Uma vida muito, muito dura para os sherpas!
“(…) É então que sabemos que, daqueles 50 sherpas que estiveram connosco no dia anterior, há seis que sofreram congelações graves. Para carregarem meia dúzia de garrafas de oxigénio e ganharem cerca de 200 euros, o preço é elevado. (…)”
Recorde-se que o Lhotse, o petiz irmão do Everest, foi a montanha onde pereceu o polaco Jerzy Kukuczka, um dos maiores, entre os maiores, alpinistas de sempre.
Desejo a prossecução do melhor sucesso a esta expedição! Tem sido até agora e sei que continuará a ser!
Ver galeria de fotos do Lhotse
Nipónicos enveredam decididamente pela Cultura.

Um breve artigo escrito por um professor universitário Coreano, que traduzi (não 100% à letra, mas respeitando o sentido do texto e a linha de pensamento do autor).
[24/04/2005]
Na actualidade, as tendências da cultura pop nos mercados direccionados para os mais jovens, difundem-se através de linhas imaginárias entre Nova Iorque, Los Angeles, Tóquio e Londres, de um modo muito similar à epidemia de um vírus. Se uma nova tendência se afirma numa destas cidades, rapidamente se contagia às outras três, e só depois se difunde pelo resto do mundo. Tóquio é a cidade onde a maioria destas tendências se inicia. Alegadamente, as raparigas japonesas, do ensino secundário e universitário, são as que definem as últimas tendências na indústria da Moda mundial. Os principais designers do mundo da Moda referem que podem antever as direcções em que o mundo da Moda se encaminhará nos próximos dois a três anos, simplesmente observando as jovens japonesas na Rua Takeshita, no bairro Harajuku de Tóquio.
De acordo com as estatísticas do Marubeni Research Institute, para o período entre 1992 e 2002, enquanto o total das exportações Japonesas cresceu 15%, as exportações restritas a produtos culturais cresceram 300%. Em 2002, o total de dividendos arrecadados pelas exportações de produtos culturais Japoneses foi de 15 biliões de dólares. Este número é quase o dobro dos 8,85 biliões de dólares que Hollywood obteve, no mesmo período, pela venda dos seus filmes e vídeos. Estima-se que em 2015 o valor obtido pelas exportações de produtos culturais ascenda aos 340 biliões de dólares.
Nas primeiras décadas do século 20 o Japão preocupou-se com a sua expansão, através de meios militares, e afirmou-se como um gigante económico nas décadas de 80. Agora, no século 21, o Japão tem desenvolvido um imenso esforço no sentido de se tornar uma potência cultural. De facto, as estratégias para promover as exportações culturais são um valor acrescentado e eficiente no incremento da imagem nacional.
Conseguirão tais estratégias, permitir ao Japão uma proeminente posição internacional, algo que o país não conseguiu atingir com as suas capacidades militares e económicas?
A partir da segunda metade da década de 90, a cultura pop japonesa desfrutou de um surpreendente salto nas exportações. Isto deveu-se, segundo certos analistas, ao sentimento anti-americano que se difundiu com a política diplomática unilateral americana implantada pelo mundo fora. Por outras palavras, em comparação com a América (o maior exportador de cultura pop), o Japão conseguiu oferecer “entretenimento cultural” de feição mais neutral.
Na actualidade, quando o que está em jogo são as exportações culturais, a imagem da nação exportadora revela-se vital. Recentemente, o Japão tem se envolvido em disputas com as nações vizinhas, sobre as suas práticas (algumas de total reprovação) durante a era de colonização. Podemos interrogarmo-nos se tais acções afectarão o rumo traçado pelo Japão para se tornar uma potência cultural, se prosseguir com este tipo de atritos com os seus vizinhos.
Park Myeong-jin, Guest editorial writer, Professor of Journalism at Seoul National University, mjinpark@snu.ac.kr
Demorou mas foi
Não podendo sair do Fahrenheit 451, que livro quererias ser?
Se fosse possível ver tudo o que o livro quer mostrar, 1001 Filmes para Ver Antes de Morrer.
Já alguma vez ficaste apanhadinha(o) por uma personagem de ficção?
Eu fico fascinado com personagens que agem com lucidez própria num contexto particular de insanidade. O Mário roubou-me um herói particular, o Gregor Samsa de A Metamorfose. Mas posso também citar de cor o índio de Admirável Mundo Novo, o Sailor em Coração Selvagem, Joseph K. em O Processo, ou George W. Bush em Fahrenheit 9/11.
Qual foi o último livro que compraste?
Se qualquer livro contasse, seria DreamWeaver MX, Design and Technique para uma formação que estou a ministrar. Se não contar, é The Design of Everyday Things, que é um livro interessante sobre a maneira como interagimos com as coisas que estão à nossa volta.
Qual o último livro que leste?
O último que acabei mesmo de ler todo foi Brancos Estúpidos, de Michael Moore. Só vale a pena ler o capítulo que trata das eleições forjadas nos Estados Unidos em 2000.
Mas o último bom livro que li foi o segundo romance do valter hugo mãe que sai lá mais para o fim do ano.
Que livros estás a ler?
Desde os 14, 15 anos tenho o hábito de ter alguns livros na cabeceira da cama, para chamar (ou espantar) o sono. De modo que quase sempre tenho vários livros em simultâneo para ler:
- The Design of Everyday Things, de Donald Norman;
- Imperadores e Piratas, Novos e Velhos, de Noam Chomsky, que é muito útil para quem tem menos de 40 anos e quer perceber melhor a espiral do terrorismo internacional. Este não é muito aconselhável para ter ao pé da cama. Por vezes dou comigo a ler a mesma frase 10 vezes até conseguir compreender a mensagem.
- Uma História Suja, de Luis Sepúlveda, que é uma série de notas escritas ao sabor das divagações deste chileno. Embora não seja particularmente bem escrito ou interessante, diz-me muito porque vivi a ditadura brasileira, que no essencial era similar à chilena.
E como ainda não me curei do vício do xadrez, tenho sempre um manual à mão para ler aos saltinhos, a ver se aprendo alguma coisa. De momento, é o The Power Chess Program Book I.
Que livros (5) levarias para uma ilha deserta?
Primeiro teria de ser o Admirável Mundo Novo, do Aldous Huxley, que me ajudou a moldar o pensamento há quase uns vinte anos. Depois O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, que me assegura o pensamento da imortalidade. O melhor manual de xadrez que tenho, que é o Reassess Your Chess, de Jeremy Silman. Queria também ler de novo o América, do Kafka, que é o meu leitor de estimação. Por fim, um livro do Calvin, de quem sou fã, Há Monstros Debaixo da Cama. Já disse cinco, mas não seria capaz de deixar para trás O Nosso Reino, do valter.
Mas, se tivesse mesmo que ir para uma ilha deserta, trocava de boa vontade os livros pelo Surfer Rosa dos Pixies, o Daydream Nation dos Sonic Youth, () dos Sigur Rós, Rock Action dos Mogwai e OK Computer dos Radiohead. E o leitor de CDs e um stock ilimitado de pilhas, como é óbvio.
A quem vais passar este testemunho (3 pessoas) e porquê?
Não é fácil porque não conheço muita gente com blogs. Mas vou pedir ao valter, que é o meu melhor amigo e vai ser uma das grandes figuras da literatura portuguesa. Depois tenho que dizer ao Miguel, que apesar de ser de Filosofia, escreve muito melhor que eu. Por último tem que ser a Carla, que percebe muito mais de livros do que eu.
sexta-feira, maio 13, 2005
Monopólios ou Carteis Linguístico-Culturais!? (IV)
O verdadeiro cerne da questão (na minha óptica)!

Têm certamente ressoado nos últimos anos, na cabeça dos franceses (e gradativamente com maior intensidade), a questão da recuperação da informação na www. Porque é que ao fazerem uma pesquisa no motor de pesquisa referencial (monopolista) : o Google.com, de um autor francês (ex. Victor Hugo) a esmagadora maioria dos resultados serem de URL´s americanos? Praticamente nem uma só miragem de uma pena gaulesa!
E aqui na minha óptica reside o verdadeiro cerne da questão. Mais do que criar uma grande biblioteca digital europeia, o principal objectivo dos parceiros europeus é desenvolver um hercúleo motor de busca europeu que possa rivalizar efectivamente com o Google (e o Yahoo também, já agora). Um motor que direccione o pesquisador para conteúdos maioritariamente europeus e disponíveis em diversas Línguas, perspectivados sobre prismas relativos a diferentes culturas, espelhando o paradigma universalista, como alguns devem pensar (despretensiosamente), subjacente aos ideais que Tim Berners-Lee e seus congéneres pioneiros idealizaram da evolução da internet e da www.
Os países europeus, nomeadamente a França, pretendem encontrar uma grandiosa montra para expor as suas chef-d'œuvres, um grand salon multicultural e eclético onde possam mostrar aos “arrogantes” dos americanos que a sua cultura milenar continua a assumir uma presença essencial e de grande importância no mundo.
Os Franceses cujo idioma se contabiliza na lista da Wikipédia como a 14ª Língua mais falada do Mundo, têm certamente prestado mais atenção a estas problemáticas fundamentais da difusão e uso da Língua na Internet que os povos Ibéricos, que vão navegando ao sabor da corrente nos oceanos do Uncle Sam Gates. A Língua Portuguesa é na actualidade a 6ª mais falada no Mundo (após em 2002 ter ultrapassado o Russo), e próxima do 4º (Bengali) e 5º (Hindi) lugar, e o Espanhol apenas é superado pelo Mandarim e o Inglês. Na verdade o Português e Espanhol, juntos, continuam a contabilizar mais falantes (mesmo incluindo países com falantes destas Línguas não oficiais) do que o Inglês (analogia com o facto de Portugal e Espanha associados serem a maior potência turística do Mundo).
Estes últimos desenvolvimentos no sentido de ser criar uma Biblioteca Digital Europeia foram de certo modo desconsiderados e até desvalorizados em muito dos países ocidentais. Nos Estados Unidos, quase nem roçagou os poderosos meios de comunicação e informação. A constatação foi maior na costa do Pacífico, sobretudo na Califórnia-Los Angeles (sede da Google e da Silicom Valley) e Seattle (sede primaz da Microsoft), bastiões das empresas e serviços de ponta nas áreas tecnológicas e de informação, e como tal mais sensíveis a estes conteúdos. E já agora, onde coabitam os melhores bloggers que digitalizam sobre Bibliotecas (na sociedade da informação).
Em Portugal a nível da imprensa (papel), do que eu apreendi, apenas o Público tem vindo a fazer referências. Já na net, a sensibilidade é maior com destaque para a Ciberia e o TEKsapo.
Fugazes questiúnculas…
-Até onde o Inglês expandirá o seu domínio linguístico? Haverá efectivo espaço para outras Línguas?
-As Línguas de menor expressão tenderão mesmo a ingressar num estado latente?
-Evoluirá um dia o Google para uma organização ainda mais poderosa que o big brother orwelliano?
-Conseguirá a Europa encurtar a distância que a separa, nestes domínios, dos Estados Unidos?
end.
Monopólios ou Carteis Linguístico-Culturais!? (III)
Indique a Língua que Deseja Predefinir:
Inglês (USA)-Inglês(UK)-Inglês(Índia)–Inglês(outro)

Face às centenas de avultados e sólidos projectos de digitalização de livros e outros documentos, que se vão desenvolvendo pela Europa fora, dos quais ultimamente sobressaem, entre outros, as Bibliotecas Nacionais Digitais (a nossa nem parece ter apenas três anos de existência) ; e grande parte deles sem necessitar do braço apadrinhador da União Europeia, parece assumir alguma redundância a pretensão de se constituir a Biblioteca Digital Europeia. A França redargue assertivamente neste ponto ao defender que é justamente pela potenciação desses meritórios trabalhos insulados que se revela crucial concentrar e ampliar as múltiplas iniciativas para se constituir um só projecto global cuja grandeza ombreie com o multi-dimensional Google.
Os bibliotecários franceses insistem no perigo de uma visão monocêntrica, americana, das realidades mundiais, e contrapõem a visão multilateral, onde a história e cultura europeia ocupem o lugar que lhes é devido. Advogam ainda que o “Google Print” assume, entre outros, fins fortemente comerciais, e como tal está deveras condicionado, em função do mercado, ao longo dos processos: selecção das obras, disponibilização, difusão e comercialização das mesmas.
Considero que este último ponto se assume cada vez mais como um cliché de pretexto na argumentação conservadora europeia de certos sectores, para justificar que o patrono habitual na constituição de qualquer grande projecto seja o Estado, neste caso a União Europeia. A associação: comercial=popular(trivial) não deve ser feita de forma tão linear e o Google tem-nos demonstrado ao longo da sua (ainda) curta existência a qualidade dos seus serviços, o multiculturalismo que patenteia (o motor de busca em centenas de Línguas, os resultados de múltiplos países, etc.), os bons valores éticos que tenta defender, etc.
Sendo que os principais propósitos Google são reflectir do modo mais límpido e abrangente o mundo virtual e provir as necessidades dos utilizadores, para aumentar gradativamente o seu mercado, afigura-se que os conteúdos predominantes na Internet são efectivamente os de Língua Inglesa e americanos, que são de elevada aceitação e procura. A França e o resto da Europa, se o quiserem, terão de se esforçar por alterar este estado de coisas e aumentar a produção dos seus próprios conteúdos. A natural globalização cultural e linguística que tem ocorrido no mundo nas últimas décadas, não deve ser manietada recorrendo a meio artificiais e não totalmente democráticos. Se há sítio onde o cliente parece e deve ter sempre razão, esse lugar privilegiado é a Internet.
Apesar de alguns grupos económicos (sobretudo privados) de media, audiovisual e telecomunicações (e informática) de capital (maioritariamente) europeu serem de elevada dimensão, na generalidade não têm conseguido ombrear com os gigantes grupos americanos na mesma área, e isso sem dúvida revela-se um handicap importante, mas que certamente não deve compelir as bibliotecas e instituições similares a procurarem sempre a tutoria do estado/UE.
No entanto, na actualidade revela-se (para o bem e para o mal) que o mais importante, parece já não ser o que se possui (os conteúdos), mas o que se que mostra (ou pelos menos aparenta) possuir, o que se difunde, o que se intercambia, o que se comercializa (por câmbio: monetário, de popularidade, de difusão espacial, quota de mercado, de prestígio, de poder, de domínio). “À mulher de César não basta ser séria é preciso parecê-lo”. E o motor Google é cada vez mais a monopolizadora referência. O que não se encontra nele é (cada vez mais) como se não existisse.
Monopólios ou Carteis Linguístico-Culturais!? (II)
Contra-revolução Preventiva!
(flash-back)
Cerca de um mês depois do anúncio do projecto “Google Print”, o director da Biblioteca Nacional Francesa (BNF), Jean-Noel Jeanneney, no Le Monde de 23 de Janeiro, clamou aos quatro ventos que o Google Print era “a confirmação do risco da dominação americana na definição do modo que as futuras gerações conceberão o mundo”. Jeanneney perspectiva o “Google Print”, como uma componente de um plano mais vasto de movimento Revolucionário na Internet, uma espécie de coup d´état americano da Internet, encabeçado pelo Google. Jeanneney conjecturava que a literatura, a filosofia e história e europeias iriam ser reinterpretadas e quiçá reescritas através da visão do Uncle Sam Bush. Jamais! Rien!
Jeanneney refere no artigo citado que não deseja que “a Revolução Francesa seja recontada por livros escolhidos pelos Estados Unidos. A imagem apresentada pode não ser negativa ou positiva, mas certamente não será a nossa."
Era necessário uma contra-revolução que antecipasse a própria revolução!
Em Março Jeanneney sugeriu então (rendido ao copyleft) a criação de uma Biblioteca Digital Europeia que salvaguardasse a supervivência (mesmo a qualquer custo e... ventilador, dirão alguns) dos vários idiomas do velho continente e das suas obras mais preciosas, ou seja, como é de bom tom afirmar: da sua identidade histórica e sócio-cultural.
A BNF deu desde logo o exemplo e anunciou que serão colocados on-line os arquivos da imprensa escrita francesa desde o século XIX até 1944. Os trabalhos deverão começar já no próximo ano e os primeiros jornais disponíveis on-line serão o "Le Figaro", "Le Temps" e o "L'Humanité" . Está previsto que, no espaço de dois a três anos, sejam disponibilizados mais 18 títulos. Ao todo, a BNF conta neste âmbito disponibilizar 32 milhões de páginas digitalizadas.
Os países signatários da petição à UE da Biblioteca Digital defendem que deve ser a própria UE a responsável pela selecção livros e documentos a digitalizar (para evitar dissonâncias e mesmo duplicações) e até supervisionar questões de foro mais técnico, como a definição das técnicas de digitalização, a determinação das ferramentas de pesquisa, e até… de escolher critérios de apresentação de resultados!
Face às controversas afirmações de Jeanneney, o Google advogou que os temores apresentados eram infundados, e que o “Google Print” inclusive pretende expandir o projecto para o máximo número de Línguas. Revelou que inclusive estendera um convite inicial a algumas universidades franceses, as quais se remeteram ao silêncio. Para além disso, na digitalização do 15 milhões de volumes estão incluindo livros em diversos Línguas, que as Universidades possuem, pese embora o pronunciado domínio do Inglês. Mas se atentarmos que o orçamento anual da Universidade top do mundo, Harvard, é cerca de 17 vezes superior ao da Sorbonne, certamente aludimos a instituições bem desniveladas.
O projecto “Google Print” iniciou-se, por um lado, com algumas das mais prestigiadas e proficientes universidades e instituições do Mundo, que detêm o know-how e a tecnologia proporcional a um projecto desta envergadura; e por outro lado, sobretudo com obras em Língua Inglesa, com o propósito de obter a máxima viabilização económica inicial, coligindo importantes dividendos, para a prossecução do projecto a outras instituições, países e idiomas. Não podemos obliterar que o desígnio lucrativo é legítimo a qualquer empresa, e sobretudo que este projecto irá ser totalmente financiado pela Google, custando entre 115 a 155 milhões de euros, sem qualquer efectivo retorno nos primeiros anos. Por sua vez, a empresa apenas arrecadará os dividendos procedentes da publicidade neste projecto, e os primeiros livros virtuais apenas começarão a ser disponibilizados no final deste ano.
Entretanto, Jeanneney lançou recentemente, em finais de Abril, um pequeno livro: “Quand Google défie l'Europe” (que tem tido boas vendas) e na cerimónia de lançamento levantou já a possibilidade de o Google se associar ao projecto europeu, a que se seguiu dias depois uma reunião entre representantes do “Google Print” com bibliotecários da BNF. O espírito bourgeois parece que acaba sempre por triunfar! Recorde-se que Jeanneney é um historiador e autor profícuo, embora só traduzido em Portugal pela TerraMar em “Uma História da Comunicação Social”.
Monopólios ou Carteis Linguístico-Culturais!?
Línguas e culturas europeias em risco de serem digitalizadas (virtualizadas) pelo Google Print ? Mais Quoi?

Recentemente, a Intelligentsia Française amenizou a grande náusea sartreana que dela se afrontara (do falando logo existindo) desde que os desalmados americanos lhe infligiram a (hiperbólica) última estocada em Dezembro do transacto ano, aquando da formalização do gooooglómano projecto “Google Print”.
Este projecto, o mais ambicioso até agora apresentado pela Google, tem como objectivo digitalizar o texto integral das obras de dezenas de milhões de livros e disponibilizá-lo de forma parcial, em cada pesquisa. A face mais visível deste projecto (contudo não a única) inclui a digitalização de mais de 15 milhões de livros em dez anos (4,5 biliões de páginas virtuais de texto), provindos das bibliotecas das universidades de Michigan, Harvard, Stanford, Oxford-Bodleian e da Pública de Nova York, e colocar o seu conteúdo em acesso livre ( automatic for the people). A prioridade é para as obras mais antigas (regra geral mais valiosas e com menos restrições de copyright), embora Stanford e Michigan pretendem digitalizar na totalidade o seu acervo bibliográfico. Constata-se que este projecto é ainda, em larga medida, confundido com o “Google Scholar”.
Os franceses não sossegaram enquanto não ripostaram em face desta acometida à sua plus belle dame. Mestres nas nobres artes do espadachim, os franceses esgrimiram, durante meses, com relativa destria o florete da altercação, e encostaram uma mancheia de seus amis de cour europeus a um novel muro, coagindo-os a assinar um documento, de parcial capitulação dos seus valores relativos à livre globalização cultural e linguística. A custo, a França granjeou a vassalagem dos seus feudatários (nestes domínios): Alemanha, Espanha, Hungria, Itália e Polónia, que a ela se agregaram na proposta à União Europeia de ser mecenas da Biblioteca Digital Europeia(éen). No cerimonial que atestou esta vinculação, no dia 27 de Abril passado, em Paris, os seis países assinaram a respectiva petição à U.E., e onde se podia ler: "A herança da cultura europeia é inigualável em riqueza e diversidade. Contudo, se não for digitalizada e disponibilizada com elevada acessibilidade, esta herança poderá, amanhã, não ocupar o justo lugar na futura geografia do conhecimento.(…)”
Dois dias depois, de novo em Paris, por ocasião da assinatura da Carta Europeia da Cultura, com a presença de 16 Ministros da Cultura dos países-membros e cerca de 800 artistas e intelectuais, foi reiterado o desígnio de se constituir tal Biblioteca Digital. No entanto, o actual e quixotesco 0,12 % de orçamento da UE devotado à cultura não augura grandes perspectivas neste campo.
Paralelamente, e com o intuito de ampliar a base de sustentação/argumentação, já umas semanas antes a Biblioteca Nacional de França (BNF) lá convencera outras 18 Bibliotecas Nacionais europeias (Áustria, Bélgica, Rep. Checa, Dinamarca, Estónia, Finlândia, Alemanha, Grécia, Hungria, Itália, Lituânia, Luxemburgo, Países Baixos, Polónia, Eslovénia, Eslováquia, Espanha e Suécia) a assinar uma moção que a par de apresentar fortes críticas relativas aos planos da “Google Print”, apoiava a pretensão da instituição da Biblioteca Digital Europeia. Nesta moção a Grã-Bretanha (British National Library), Malta, Chipre e Portugal ficaram-se pelo apoio verbal.
Natércia Freire
Um pouco de publicidade, ou talvez não.
Aqui na Quasi andamos um pouco atarantados com o trabalho de edição dos dois primeiros livros de uma nova colecção – Biblioteca “Liberta em Pedra” –, que editará a obra publicada em vida de Natércia Freire (mais alguns textos inéditos). Para mim, tem sido uma oportunidade única para conhecer esta extraordinária poeta que andava um pouco esquecida.
Deixo-vos este poema absolutamente incrível do livro Horizonte Fechado, editado em 1942.
MENINAS
As meninas são todas como eu:
a guardar astros que serão bordados,
a recolher os olhos deslumbrados
depois de uma viagem pelo Céu.
E vestem blusas para esperar a tarde
que há-de surgir ao fundo da vereda
e crispam dedos de sonhar a seda
que a tarde trouxe e na cantiga arde.
e debruçam o corpo para a lua
e temem vultos negros para a rua
e sentem fogo a iluminar-lhe o peito.
e olham luar correndo nas campinas
e são felizes porque são meninas
e porque a vida as vai fazer mudadas.
quarta-feira, maio 11, 2005
Leões x Humanos (Campeonato Africano)
quinta-feira, maio 05, 2005
os livros entre o fogo e o deserto
Não podendo sair do Fahrenheit 451, que livro quererias ser? A Cidade de Deus, de Santo Agostinho, para ver se ao menos me livrava do fogo dos infernos.
Já alguma vez ficaste apanhadinha(o) por uma personagem de ficção? Partindo do princípio de que Deus não é uma personagem de ficção, apanhado, mesmo, só terei ficado na infância, pelo Conan, o Rapaz do Futuro, e por outras personagem do mundo da animação, o Dartacão, o Tom Sawyer, o Lucky Luke (com os irmão Dalton e Rantanplan, o cão mais estúpido do universo) e os habitantes da aldeia de Asterix.
Mais velho, talvez o anjo Damiel, de «Asas de Desejo» (feito Hitler, na «Queda»), Gregor Samsa, da Metamorfose de Kafka, e Mersault d’ O Estrangeiro de Albert Camus.
Qual foi o último livro que compraste? Não resisti ao impulso da moda e comprei Portugal, hoje: o Medo de Existir, de José Gil. Para além disso acabei de adquirir os primeiros volumes da nova colecção do Círculo de Leitores dos reis de Portugal.
Qual o último livro que leste? Finalmente acabei de ler A Verdadeira História de Jesus, de E. P. Sanders. Um livro com um título em português fraudulento, mas muito bom. O autor parte do judaísmo da época para chegar a Jesus, tentando estabelecer o que podemos conhecer historicamente da sua figura (que é muito pouco) para depois analisar o seu pensamento e a sua acção.
Devido ao meu trabalho, acabei de ler o primeiro livro (a sair brevemente) de uma nova colecção da Quasi, dedicada a Natércia Freire, uma poeta que vale bem a pena recuperar (desculpem a publicidade).
Que livros estás a ler? Agora que acabei o livro de Sanders, voltei a pegar em alguns livros que deixei a meio:
- A Obra ao Negro, de Marguerite Yourcenar, que retrata muito bem uma dos períodos mais extraordinários da nossa história, o início da época moderna, com todo o rebuliço provocado pela Reforma e os diversos movimentos religiosos - os luteranos, os calvinistas e, sobretudo, os anabaptistas -, pelos avanços nas artes e nas ciências, com as Descobertas e a Expansão Marítima e as consequentes alterações económicas, sociais e culturais que daí resultaram. Uma obra difícil sobretudo por cruzar tanta informação, tantos acontecimentos e personagens.
- Confissões, de Santo Agostinho, obra de uma das figuras mais importantes do cristianismo (a seguir a S. Paulo talvez seja mesmo a mais importante) escrito na primeira pessoa. Há muito de moderno no carácter autobiográfico desta obra. Outro período que me fascina muito (este é mesmo o meu favorito), de grande instabilidade (sobretudo devido à iminência da queda do Império Romano do Ocidente ameaçado pelos avanços dos povos germânicos) e intensa religiosidade, como o demonstram o impulso do monaquismo (já não faltaria muito para o aparecimento de S. Bento e a sua regra), os movimentos heréticos e toda a discussão doutrinária e teológica que levaram à convocação de diversos concílios para estabelecer a natureza de Jesus.
O testemunho de Santo Agostinho é muito interessante, por um lado porque ele foi o principal Padre da Igreja e teve de lutar contra as diversas heresias que surgiram nesse período (maniqueísmo, donatismo e pelagianismo), e, por outro, porque viveu o trauma dos primeiros sinais de desmoronamento do Império (a invasão de Roma, em 410, por Alarico, e o avanço dos vândalos pelo Norte de África, onde vivia, foram dois exemplos), que o obrigou a um trabalho intenso de argumentação contra os muitos romanos que consideravam que esta invasão fora causada pelo abandono dos tradicionais deuses da cidade em detrimento do cristianismo.
- Ando ainda a ler os escritores de que mais gosto na Biblioteca de Gonçalo M. Tavares.
Que livros (5) levarias para uma ilha deserta?
Levaria a Bíblia de certeza. Acho que não vale a pena justificar a escolha.
Tenho muita dificuldade em escolher os outros quatro, mas aqui vão eles: Poesia, de Daniel Faria, para me acompanhar na leitura da palavra de Deus; Dom Quixote de La Mancha, de Cervantes, por há muito tempo o querer ler e ainda não ter tido coragem de me atirar ao monstro; O Estrangeiro, de Albert Camus, por ter sido livro de que mais gostei de ler; e uma História Universal qualquer.
A quem vais passar este testemunho (3 pessoas) e porquê? Com sérios riscos de não ver satisfeito o meu desejo, escolho os meus conterrâneos siX, do Vila do Conde Quasi Diário, e Dupont, d' O Vilacondense, por gostar muitos dos blogues deles. Escolho também o Alexandre para completar a trilogia dos difusos.
Obrigado Beatriz pela escolha e desculpa-me a demora.
terça-feira, maio 03, 2005
todo o tempo para ler...
o Vítor Barros do O Povo é Bom Tipo solicitou-me a realização deste pequeno exercício, ao qual acedi com muito (mau ou bom) gosto.
Não podendo sair do Fahrenheit 451, que livro quererias ser?
Qualquer livro digital… bem à prova de fogo.
Talvez "O velho e o Mar" (sobretudo pelo tamanho)
Já alguma vez ficaste apanhadinha(o) por uma personagem de ficção?
Penso que só por algumas personagens reais que foram (bem) ficcionadas.
Qual foi o último livro que compraste? ( Que livros estás a ler?)
Agreguei as duas questões, pois por um lado, nos últimos anos só compro livros se se perspectivar tempo (a curto prazo) para os ler, e por outro leio vários livros ao mesmo tempo. Gostaria de adquirir determinados livros, mas sabendo de antemão que estarão alguns meses (senão anos) nas estantes, à espera de oportunidade de os ler (remoendo-me de tal não ser possível), prefiro adiar a sua compra.
Por contingência do momento: romance, ficção e afins têm sido prorrogados, pois exigem um considerável tempo. A única excepção é o recente romance do John Berger Here is Where we Meet (em parte situado em Lisboa), pois o mote desta ficção espicaçou-me esta viagem por esta eclética Europa.
Tenho sempre um lote de livros, comprados recentemente (isto é de há vários semanas, meses para cá), empilhado, onde vou buscar a espaços um ou outro. Neste momento alguns desses são (para além do Berger):
-
- The Ambient Century : from Mahler to Trance: the evolution of sound in the Electronic Age - Mark Prendergast, prefácio de Brian Eno.
- Portugal, Hoje: o Medo de Existir, de José Gil (ainda estou a ler este pEQUENO livro!!)
- A Serra da Estrela, estudo Geográfico, Carlos Marques (Assírio e Alvim)
- …
Qual o último livro que leste?
Desse lote de livros que mencionei o último que completei (por agora) a sua leitura foi a Historia Universal de la Destruccion de los Libros, de Fernando de Baez.
Que livros (5) levarias para uma ilha deserta?
Depende do tempo que iria passar lá. Mas depreendo o âmbito da questão…
Levava dois referenciais (apêndices) na minha vida:
The Waves- V. Woolf
O Livro do Desassossego-F. Pessoa
Levava outros dois que penso que de outro modo (pela sua extensão) começo a recear que desafortunadamente não arranjarei tempo para ler nesta (curta?) vida, e não queria perder esta oportunidade única:
Tolstoy de Henri Troyat, trad. (inglesa) de Nancy Amphoux , com 896 pág. (bem, já li a biografia do Brando concebida pelo Peter Manso com mais de 1100 páginas!!)
À Procura do Tempo Perdido (sete em um)
Depois teria que escolher à sorte entre estes dois:
- El Sentimiento de la Montaña - Eduardo Martínez de Pisón e Sebastián Álvaro
- Moving Mountains - Reinhold Messner
Não deixo a amigos meus, pois acabaria por ser algo constrangedor escolher este ou aquele. Assim prefiro apenas convidar a Andreia Faria do Muita Letra a realizar este exercício. Se ela se dispôr.