segunda-feira, maio 16, 2005
ContraTEMPOS inevitáveis!
Lhotse (8516 m.) - João Garcia e Hélder Santos
Face ao mau tempo que tem se tem feito sentir nos últimos dias no perímetro em redor das montanhas da expedição, em que João Garcia e Hélder Santos pretendem atingir o cume do Lhotse (8516 metros), estes viram-se compelidos a atrasar, pelo menos por uns dias, a prevista subida ao cume. Esta expedição, a primeira 100% portuguesa, de subir a um cume acima de 8 mil metros, pode ser comodamente seguida (até no sofá com o portátil) quase passo-a-passo no Público. No web site inclui-se um admirável diário, onde João Garcia , com a sua cativante escrita, sempre atenta a contar-nos curiosos ( e por vezes insólitos) pormenores, nos transporta um pouco para o ambiente que se vive na expedição. O João Garcia (e o Hélder santos) também respondem, e em tempo bastante real, a muitas das questões colocados pelos leitores.
A rota de escalada a seguir é a via normal, pela cascata de gelo do glaciar de Khumbu, depois o Western Cwm (circo) e por fim face a Oeste do Lhotse. Neste mapa podem ver que se trata da linha a cor laranja, que segue pelo glaciar Khumbu, só que inflecte a dada momento para o Lhotse (e não segue para o Everest). Neste mapa podem ver com mais detalhe a rota, com a diferença que a partir do campo 3 inflecte para o Lhotse ( e não para o Everest).
A expedição chegou à capital do Nepal, Katmandu, a 2 de Maio, e desde então seguiu-se o habitual (e longo) período de aclimatação. Agora que a aclimatação foi bem realizada, a expedição espera a melhoria do tempo e das condições de neve e gelo para realizar a longa subida até ao cume. Entretanto decidiram descer a níveis de altitude mais baixos para usufruirem de melhores condições e retomarem forças para as etapas finais da expedição. A progressão é realizada sem carregadores de altitude e numa fase mais avançada a escalada ao cume será feita em estilo alpino, como já nos habituou João Garcia. O himalaista relatou-nos que o frio extremo que se fez sentir no dia 11 de Maio foi bastante severo para alguns sherpas. Uma vida muito, muito dura para os sherpas!
“(…) É então que sabemos que, daqueles 50 sherpas que estiveram connosco no dia anterior, há seis que sofreram congelações graves. Para carregarem meia dúzia de garrafas de oxigénio e ganharem cerca de 200 euros, o preço é elevado. (…)”
Recorde-se que o Lhotse, o petiz irmão do Everest, foi a montanha onde pereceu o polaco Jerzy Kukuczka, um dos maiores, entre os maiores, alpinistas de sempre.
Desejo a prossecução do melhor sucesso a esta expedição! Tem sido até agora e sei que continuará a ser!
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