terça-feira, agosto 23, 2005

UM DIA BEM IR (REAL)


1 - A 13ª Edição da Bienal de Arte Internacional de V. N. Cerveira abriu as portas sábado passado com a presença da Ministra da Cultura e, pelas noticias de domingo, com a presença de um intruso denominado de apagão, como consequência do incêndio às portas da cidade.
E foi de facto um dia bem ir (real) o de sábado.
Foi com alguma esperança e expectativa que nesse dia me desloquei à Bienal. Digo esperança porque acabei por não ver nada da Bienal. A explicação fica para o fim.
Quem me conhece sabe que não suporto Vila do Conde e a Póvoa de Varzim (onde trabalho!) durante os meses de Julho e Agosto, e foi, repito, com expectativas culturais e de tranquilidade que me desloquei a V. N. Cerveira. Já lá tinha estado várias vezes mas nunca em Agosto. Pois bem, às 10 horas tive uma P. Varzim em Viana do Castelo, às 11 uma V. Conde em Caminha e às 12 horas, novamente uma P. Varzim em V. N. Cerveira. Adeus tranquilidade, venha a exposição.

2 - À medida que me aproximava de V. N. Cerveira formava-se nos céus uma coluna de fumo intensa, que me impressionou de facto. A zona... de guerra, ou outro nome que queiram… era, como minutos mais tarde constatei, do outro lado da cidade. Mas não parecia algo fora do controlo. O vento estava intenso e levava os fumos para norte, para bem longe da cidade.

3 - Francamente só tomei conta da verdadeira dimensão deste incêndio após um bom prato de bacalhau à portuguesa. Tal como os políticos ao longo dos anos.

Às duas horas da tarde já se combatia o fogo com 2 aviões canadair espanhóis e mais tarde com um helicóptero. Toda tarde em que lá estive foi um vaivém para o mar e para o rio por parte destes meios aéreos. A passagem a baixa altitude pela cidade, o som dos motores, a largada das águas salgadas ou doces sobre as chamas impressionavam de facto as pessoas mas em nenhum momento a vida cá em baixo se deixou perturbar anormalmente pelo incêndio e pelo combate dos céus. As esplanadas estavam cheias, a feira (tive de apanhar uma feira ao sábado, pois claro) decorria normalmente, e no rio Minho os espanhóis passeavam com os seus barcos de recreio e banhava-se em ambas as margens.

4 – O céu estava escuro. O trânsito às portas de Viana, já de regresso de Cerveira, estagnou e ouvia-se o som de várias sirenes e ambulâncias a passar pelos carros.

5 – Quando atravessei Viana do Castelo, esta encontrava-se coberta por um denso nevoeiro de fumo. Havia festa na cidade. O trânsito estava condicionado com polícia por todo o lado. Muitas pessoas protegiam-se do fumo com um lenço ou um pedaço de roupa na cara. Era óbvio que isto não podia ser apenas do incêndio de V. N. Cerveira. Era óbvio que havia um incêndio bem às portas de Viana tal como em Cerveira.

6 – Quando por fim saí de Viana e vim de volta para Vila do Conde, poucos Kms à frente parei na 1ª estação de serviço. O céu estava novamente escuro e cheirava a fumo. Era óbvio que isto não podia ser apenas do incêndio de Viana. Era óbvio que havia um incêndio bem às portas da estação de serviço tal como em Viana e Cerveira.

7 – Quanto à Bienal. Ela seria apenas inaugurada pelas 18 horas desse sábado. Era impossível para mim. Um lapso de informação de minha parte que me levará novamente a V. N. Cerveira em Setembro.

Comments:
pela menos deu para apreciares o (hiper)realismo português bem ao vivo e de borla.
 
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