segunda-feira, agosto 15, 2005

empurra-me, empurra-me

No Sábado fui até ao Viso, assistir pela primeira vez a uma etapa de montanha na Volta a Portugal. Foi uma experiência inesquecível. Estar com os ciclistas a metros e até a centímetros de distância permite-nos ver de um outro modo o enorme esforço que eles fazem e todo o sofrimento por que passam.
Comparada com a realidade ao vivo, ver os ciclistas a escalar a montanha pela televisão é como assistir a um filme com actores virtuais.
Tive alguma dificuldade em saber qual o melhor local para assistir à escalada. Resolvi colocar-me num sítio que ficava a cerca de cem metros da chegada ao cimo, local que se mostrou muito bem escolhido porque quando os ciclistas chegam lá já estão todos arrebentados a efectuar o seu esforço derradeiro.


Uma das coisas que mais me impressionou foram as aldrabices que se escondem por detrás das câmaras e da organização. Em menos de dez minutos, observei três situações irregulares, feitas nas barbas do público com o maior descaramento.

A primeira foi a mais óbvia. Um corredor aproximou-se do carro da equipa para recolher a água e no momento de agarrar o bidon deixou ficar a mão e o condutor acelerou o carro, transportando o ciclista cerca de trinta metros.

A segunda situação foi a mais estranha. Embora estivesse muito público, eu coloquei-me estrategicamente num local mais ou menos isolado. Um dos corredores, ao ver-me ali, aproximou-se da beira da estrada, e suplicou-me: «Empurra-me, empurra-me…». Fiquei inocentemente estupefacto, sem acreditar que isto fosse sequer possível. Mas depois apeteceu-me ir atrás dele e empurrá-lo efectivamente. Se o tivesse feito isto poderia parecer incorrecto para quem vê a corrida da televisão. Mas no terreno, ao vermos os corredores naquela autêntica luta de sobrevivência, ficamos mesmo com vontade de os ajudar a chegar ao destino.

A última situação foi aparentemente a mais grave. No grupo dos que procuravam ainda apanhar o pelotão (é preciso ver que naquele ponto da corrida o objectivo dos ciclistas é perder o menos tempo possível para chegar ao pelotão na descida), houve um ciclista que, aproveitando o facto de estar sozinho e afastado de outros corredores, não esteve para meias medidas. Agarrou-se a um polícia e deixou-se transportar por este os últimos 50 metros da subida ao Viso. Foi a gargalhada geral.



Comments:
Nao tenho o teu email, Fernando Vilarinho...
Envia-me, por favor e logo que possivel, um email teu para eduardoalexandre@yahoo.com.
Tento organizar um jantar de bloggers de Vila do Conde/Povoa de Varzim e gostaria muito de contar com a tua presenca.
Abraco,
Eduardo
 
Como já viste o esforço dos ciclistas a subir à Senhora da Graça....Estou a convidar-te para o dia 10 de Setembro, subir a pé...com o Um par de botas ( http://umpardebotas.blogs.sapo.pt ). O esforço a pé é BEM menor!


fp
 
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