segunda-feira, maio 16, 2005
Demorou mas foi
Não podendo sair do Fahrenheit 451, que livro quererias ser?
Se fosse possível ver tudo o que o livro quer mostrar, 1001 Filmes para Ver Antes de Morrer.
Já alguma vez ficaste apanhadinha(o) por uma personagem de ficção?
Eu fico fascinado com personagens que agem com lucidez própria num contexto particular de insanidade. O Mário roubou-me um herói particular, o Gregor Samsa de A Metamorfose. Mas posso também citar de cor o índio de Admirável Mundo Novo, o Sailor em Coração Selvagem, Joseph K. em O Processo, ou George W. Bush em Fahrenheit 9/11.
Qual foi o último livro que compraste?
Se qualquer livro contasse, seria DreamWeaver MX, Design and Technique para uma formação que estou a ministrar. Se não contar, é The Design of Everyday Things, que é um livro interessante sobre a maneira como interagimos com as coisas que estão à nossa volta.
Qual o último livro que leste?
O último que acabei mesmo de ler todo foi Brancos Estúpidos, de Michael Moore. Só vale a pena ler o capítulo que trata das eleições forjadas nos Estados Unidos em 2000.
Mas o último bom livro que li foi o segundo romance do valter hugo mãe que sai lá mais para o fim do ano.
Que livros estás a ler?
Desde os 14, 15 anos tenho o hábito de ter alguns livros na cabeceira da cama, para chamar (ou espantar) o sono. De modo que quase sempre tenho vários livros em simultâneo para ler:
- The Design of Everyday Things, de Donald Norman;
- Imperadores e Piratas, Novos e Velhos, de Noam Chomsky, que é muito útil para quem tem menos de 40 anos e quer perceber melhor a espiral do terrorismo internacional. Este não é muito aconselhável para ter ao pé da cama. Por vezes dou comigo a ler a mesma frase 10 vezes até conseguir compreender a mensagem.
- Uma História Suja, de Luis Sepúlveda, que é uma série de notas escritas ao sabor das divagações deste chileno. Embora não seja particularmente bem escrito ou interessante, diz-me muito porque vivi a ditadura brasileira, que no essencial era similar à chilena.
E como ainda não me curei do vício do xadrez, tenho sempre um manual à mão para ler aos saltinhos, a ver se aprendo alguma coisa. De momento, é o The Power Chess Program Book I.
Que livros (5) levarias para uma ilha deserta?
Primeiro teria de ser o Admirável Mundo Novo, do Aldous Huxley, que me ajudou a moldar o pensamento há quase uns vinte anos. Depois O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, que me assegura o pensamento da imortalidade. O melhor manual de xadrez que tenho, que é o Reassess Your Chess, de Jeremy Silman. Queria também ler de novo o América, do Kafka, que é o meu leitor de estimação. Por fim, um livro do Calvin, de quem sou fã, Há Monstros Debaixo da Cama. Já disse cinco, mas não seria capaz de deixar para trás O Nosso Reino, do valter.
Mas, se tivesse mesmo que ir para uma ilha deserta, trocava de boa vontade os livros pelo Surfer Rosa dos Pixies, o Daydream Nation dos Sonic Youth, () dos Sigur Rós, Rock Action dos Mogwai e OK Computer dos Radiohead. E o leitor de CDs e um stock ilimitado de pilhas, como é óbvio.
A quem vais passar este testemunho (3 pessoas) e porquê?
Não é fácil porque não conheço muita gente com blogs. Mas vou pedir ao valter, que é o meu melhor amigo e vai ser uma das grandes figuras da literatura portuguesa. Depois tenho que dizer ao Miguel, que apesar de ser de Filosofia, escreve muito melhor que eu. Por último tem que ser a Carla, que percebe muito mais de livros do que eu.