segunda-feira, fevereiro 21, 2005
Apontamentos de uma noite eleitoral
1 - O PS foi o único vencedor das eleições. Ao não serem capazes de impedir a maioria absoluta, todos os outros perderam. Não vale a pena estar a dourar a pílula e assobiar para o lado.
2 - Inacreditáveis declarações de Paulo Portas - "... em nenhum país civilizado os trotskistas estão a apenas um ponto dos democratas-cristãos". Dou de barato que Portas queria dizer "desenvolvido", e não "civilizado". Se não foi, que venha explicar o que quer dizer "país civilizado". Mesmo assim, isto é praticamente um insulto às pessoas do BE e aos que nele votaram, que por esse raciocínio, só podem ser "incivilizados". Para quem esteve toda a campanha a falar do "ar de superioridade" de Louçã, isto só pode ser explicado por uma azia monumental ou mau feitio.
Também inacreditável é que ninguém (que eu tenha lido/ouvido) pronunciou-se sobre esta frase. Pelo contrário, foram todos unânimes em considerar as declarações "dignas". Os que foram tão ávidos a agarrar no "sorriso da criança" de Louçã estiveram calados... Enfim, é verdade que a maior parte das pessoas (eu incluído) só ouve bem aquilo que lhe interessa. E, ainda mais importante, todo defunto é boa pessoa.
3 - Também Louçã decidiu pôr logo o pé na poça. Equiparar o referendo ao aborto às medidas "políticas económicas no combate à exclusão e à pobreza" não parece exigência de quem vive em Portugal, nos tempos que correm. O Bloco ganhou muita responsabilidade ontem. Principalmente a responsabilidade de mostrar quem são as suas segundas linhas e do que são capazes. Se não o conseguir, e se não se permitir mudar os seus pontas-de-lança, o resultado eleitoral será mesmo histórico, porque nunca mais se vai repetir.
4 - Mais uma vez provou-se que o método de Hondt só funciona bem quando as votações entre os partidos são equilibradas. No caso português provoca grandes distorções entre o "valor do voto" nos partidos grandes e pequenos. Mas como os grandes são favorecidos, o melhor é deixar andar.
2 - Inacreditáveis declarações de Paulo Portas - "... em nenhum país civilizado os trotskistas estão a apenas um ponto dos democratas-cristãos". Dou de barato que Portas queria dizer "desenvolvido", e não "civilizado". Se não foi, que venha explicar o que quer dizer "país civilizado". Mesmo assim, isto é praticamente um insulto às pessoas do BE e aos que nele votaram, que por esse raciocínio, só podem ser "incivilizados". Para quem esteve toda a campanha a falar do "ar de superioridade" de Louçã, isto só pode ser explicado por uma azia monumental ou mau feitio.
Também inacreditável é que ninguém (que eu tenha lido/ouvido) pronunciou-se sobre esta frase. Pelo contrário, foram todos unânimes em considerar as declarações "dignas". Os que foram tão ávidos a agarrar no "sorriso da criança" de Louçã estiveram calados... Enfim, é verdade que a maior parte das pessoas (eu incluído) só ouve bem aquilo que lhe interessa. E, ainda mais importante, todo defunto é boa pessoa.
3 - Também Louçã decidiu pôr logo o pé na poça. Equiparar o referendo ao aborto às medidas "políticas económicas no combate à exclusão e à pobreza" não parece exigência de quem vive em Portugal, nos tempos que correm. O Bloco ganhou muita responsabilidade ontem. Principalmente a responsabilidade de mostrar quem são as suas segundas linhas e do que são capazes. Se não o conseguir, e se não se permitir mudar os seus pontas-de-lança, o resultado eleitoral será mesmo histórico, porque nunca mais se vai repetir.
4 - Mais uma vez provou-se que o método de Hondt só funciona bem quando as votações entre os partidos são equilibradas. No caso português provoca grandes distorções entre o "valor do voto" nos partidos grandes e pequenos. Mas como os grandes são favorecidos, o melhor é deixar andar.
Comments:
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Ontem a noite na Sic-Noticias Lobo Xavier, disse que não acreditava na maioria do PS...devido ao "rumo" que a campanha do PS levou e à pouca afluência mostrada. Apesar de andar mt gente com o PS nos comicios..não era gente para dar uma maioria tão confortavel. E é bem capaz de ter razao. Ora vejamos: nao foi uma campanha "à moda antiga": com mts cartazes, feiras, lotas, peixeiras...etc. Não foi a explosao social que era devida ao fim da noite. Com a população a vir às ruas gritar, gesticular bandeiras, festejar com champagne...etc!
Resumindo: "o povo votou, mas não festejou" in: Público pág. 27
Foi uma lição de uma BOA DEMOCRACIA!
Resumindo: "o povo votou, mas não festejou" in: Público pág. 27
Foi uma lição de uma BOA DEMOCRACIA!
Curiosidades:
A CDU teve mais 17.284 votos que o CDS/PP.
O CDS teve mais 50.559 votos que o BE.
O BE esteve a 400 votos de eleger 1 deputado pelo circulo de Braga.
fp 21/2
A CDU teve mais 17.284 votos que o CDS/PP.
O CDS teve mais 50.559 votos que o BE.
O BE esteve a 400 votos de eleger 1 deputado pelo circulo de Braga.
fp 21/2
A minha opinião em relação aos pontos:
1- Não consigo perceber como é que um partido que triplica a sua votação pode ser considerado perdedor.
2- Não foi só por isso que o Portas esteve mal. Nunca tinha visto alguém numas eleições recusar-se às perguntas dos jornalistas. Mostrou, ele e o Santana, muito mau perder.
3- Sobre o BE já tenho engolido muitos sapos, por isso calo-me.
4- Qual é a alternativa ao método de Hondt? Alguém que me explique.
1- Não consigo perceber como é que um partido que triplica a sua votação pode ser considerado perdedor.
2- Não foi só por isso que o Portas esteve mal. Nunca tinha visto alguém numas eleições recusar-se às perguntas dos jornalistas. Mostrou, ele e o Santana, muito mau perder.
3- Sobre o BE já tenho engolido muitos sapos, por isso calo-me.
4- Qual é a alternativa ao método de Hondt? Alguém que me explique.
Escrevi em 19/01, "Para mim, o PS actual só é opção para três tipos de eleitores: os que votam PS porque votam PS; os que navegam ao sabor das politiquices de ocasião, e estão chateados com o governo; e aqueles, como o Mário, que não acreditam na mudança de rumo de Portugal, da Europa e do Mundo, e escolhem o menos pior.". Não vislumbro qualquer sentido ideológico na maioria absoluta do PS. Foi simplesmente a reacção a um governo muito mau. O reverso da medalha vai ser visto daqui a 4 anos, como resposta a um mau governo de Sócrates.
1- Não sei porque é que deve haver grandes ideologias no voto. As pessoas podem votar naqueles que acham que são mais competentes e pronto.
2- Se foi apenas uma reacção a um governo mau por que razão votaram em grande escala nos socialistas. Tinham outras opções.
3- A ver vamos daqui a 4 anos. Mas lembra-te de que o cavaco teve duas maiorias, e que o guterres ganhou por duas vezes.
4- Lembro-te de que te respondi que existe um outro grupo de pessoas que vota no PS: os que são socialistas.
5- Que história é essa de mudar a Europa e o mundo? Eu acredito no capitalismo, desde que o Estado exerça uma tutela para para promover um maior equilíbrio social.
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2- Se foi apenas uma reacção a um governo mau por que razão votaram em grande escala nos socialistas. Tinham outras opções.
3- A ver vamos daqui a 4 anos. Mas lembra-te de que o cavaco teve duas maiorias, e que o guterres ganhou por duas vezes.
4- Lembro-te de que te respondi que existe um outro grupo de pessoas que vota no PS: os que são socialistas.
5- Que história é essa de mudar a Europa e o mundo? Eu acredito no capitalismo, desde que o Estado exerça uma tutela para para promover um maior equilíbrio social.
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