terça-feira, abril 19, 2005

Produtos Inteligentes



Numa altura em que ainda possuía tempo disponível para ler revistas em formato papel e deleitar-me com o deslizar das estéticas páginas (hoje, em papel, só a dos jornais de Domingo, pois à distância de um clique tenho acesso a cerca de dezoito mil revistas digitais assinadas pela Universidade do Porto e aproveito para ler nestas, de tempos a tempos, certos artigos), comprei um special issue da Time corria o (longo) Inverno de 1997/1998 (em tempos em que a Invernia ainda metia respeito, com a presença assídua da chuva e de um gélido ar [pois!!] ). Lia a revista acerbadamente, sendo das poucas que ainda conservo.

A revista era dividida em quatro secções e a terceira (“Changing the World Through the Discovery” ) iniciava-se com um admirável artigo “The Third Wave” , assinado pelo jornalista Rod Usher, que expunha a futura incorporação de micro-chips inteligentes em tudo o que mexia e também que não mexia (óculos, frigoríficos, sapatos, canetas, cadeiras, casas, … e por todo o corpo humano também), de modo a potenciar as capacidades desses objectos e seres (memória virtual, programação de funções, interactividade, autonomia em dados domínios, …).

Como é de bom tom nestas questões das inovações tecnológicas, vem sempre ao de cima as questões da ética, dos valores humanos e limites da ciência, que também eram abordadas qb neste artigo.

Curiosamente por esta altura, na semana de 20-27/10/1997 saía, aquele que considero até hoje um dos melhores números (dos que li) da New Yorker, o “Next Issue” , que de igual modo pretendia abrir um pouco a cortina do próximo milénio que promissoramente se acercava.

A nível do comércio, a massiva incorporação de chips electrónicos, será já uma realidade brevemente, substituindo, 20 anos depois da sua criação, o código de barras (CB). Um dos objectivos do CB era homogeneizar a inventariação dos produtos, mas hoje existem cerca de 2,4 milhões de códigos diferentes!! O CB irá ser substituído pelo Código Electrónico do Produto (EPC), que é um código transportado numa etiqueta electrónica. Os CB têm como finalidade o reconhecimento de grupos de artigos, e ao invés, o EPC cria um número de série único para cada artigo.

As vantagens do EPC face ao CB são entre outras: a redução dos furtos e da contrafacção dos bens, a gestão electrónica de inventários, a automática localização do produto num dado espaço, a auto-detecção de anomalias (deterioração, contaminação,…), o seu historial (produção, transporte, comercialização, propriedade, composição…).

Imaginem, por exemplo, um pasta roubada, que é logo localizada (bem como identificado o gatuno), ou saber-se quantas vezes e quem foi ao frigorífico numa noite! Mas isto é só o início…


Comments:
Li o email e irei responder em breve.
Obrigado pelas palavras simpaticas ao Lapis de Cor. Concordo, existem alguns pontos onde o Lapis de Cor e o Rotacao Difusa tem semelhancas.
Abraco e ate breve!
 
finalmente que te encontro...lol... será o rotação difusa pouso certo de ora em diante... já percebi porque és montanheiro ;)

abraço e até breve
 
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