segunda-feira, junho 13, 2005

O ideal comunista é o novo rock'n'roll

Como era de esperar, hoje valia tudo para falar de Álvaro Cunhal. E dei por mim a ver o Telejornal da TVI, o que já de si é notícia pela raridade. No entanto, pelo que conheço de televisão, os outros não terão sido muito diferentes.
O festival de banalidades foi o habitual, mas houve duas que chamaram a atenção.
A primeira, pela pura falta de senso, passava no rodapé: "[Álvaro Cunhal], filho de mãe católica e pai advogado...". O catolicismo tornou-se profissão ou o direito confissão de fé?!?
A segunda, repetida até à exaustão, era que Cunhal "... permaneceu comunista mesmo quando o ideal comunista morreu na União Soviética..." e etc.
Mesmo dando de barato que um ideal pode morrer (o que não me parece possível pela própria definição de ideal), e sem querer entrar em discussões ideológicas, como é que o falhanço de um modelo adoptado num ou mais casos pode ser traduzido para a fracasso do molde? Será que eu também posso olhar para o Terceiro Mundo e dizer que o ideal neo-liberal falhou (outros dirão, ironicamente que, bem pelo contrário, ao olhar para o 3º Mundo temos a certeza que trinfou)?
Tanto quanto me lembro dos tempos em que eu ainda discutia e pensava em ideologias, o ideal comunista baseia-se na solidariedade. Vai buscar a sua força na ideia de que por todos deve ser repartida a riqueza gerada pelos meios de produção e pelo capital e que a ninguém deve ser negada uma cota igual à do seu vizinho.
Bem podem os neo-liberais do mundo inteiro gritarem a plenos pulmões que o ideal morreu, mas enquanto existir quem acredite numa construção social mais solidária, ele estará bem vivo.
Até amanhã, camaradas.

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