quarta-feira, janeiro 26, 2005

As Alternativas - 3

Pedro Oliveira, do Barnabé, num excelente texto intitulado Maturidade, explica bem quais as razões para se votar no PS e por que motivo o BE e o PCP não são parceiros fiáveis. Sobre este último ponto retiro este parágrafo:
«Não tenho nada contra governos de coligação, mas o nosso panorama à esquerda não as facilita. O PCP é um partido estalinista, irreformado e irreformável. O Bloco, por enquanto, não reúne as condições para ser um parceiro fiável. Entre outras coisas, as suas posições em matéria de política de segurança e defesa e integração europeia são demasiado radicais. Mas o principal obstáculo a um entendimento PS-Bloco é, aliás, o próprio Bloco. O Bloco tem uma estratégia de crescimento a longo prazo, e como tal não se quer macular com o exercício do poder e deixar o PCP recuperar o papel de único partido de protesto. Para chegar aonde os Verdes alemães chegaram, o Bloco quer ter uma base mais sólida.»
Quem quiser ler o contraditório e o contraditório ao contraditório basta ver os posts seguintes do Barnabé.

Comments:
Ainda hesitei um bocado antes de colocar este comentário (afinal, somos amigos), mas cá vai: o texto de Pedro Oliveira é mau, e os argumentos são risíveis. Aliás, o único argumento realmente "argumentável" é o pavor da direita com que os PSistas têm tentado assustar os eleitores.
De resto, "estabilidade" não deve rimar com "mediocridade", que é o que termos se o PS tiver uma maioria absoluta, e esta "equipa" e este "programa" foram corridos a pontapé pelos eleitores nas últimas legislativas.
Em tempo: esta resposta nem era necessária. Nos comentários a este post encontram-se vários do mesmo teor, e um colega do Pedro Oliveira respondeu-lhe logo de seguida. (http://barnabe.weblog.com.pt/arquivo/2005/01/maturidade_ou_s.html).
 
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
 
Já tinha referido no meu post que outros membros do Barnabé responderam ao Pedro Oliveira.
Não acho que os argumentos sejam maus, mas não vale a pena discutir.
Não concordo que a equipa do Guterres tenha sido corrida ao pontapé. Afinal de contas perderam apenas por 2,4%, e tiveram 37,8% dos votos. Se isto é ser corrido ao pontapé, não sei o que se pode dizer do BE que teve 2,7%.
 
Repara numa coisa, há aqui uma diferença de critérios assinalável entre nós: tu estás a fazer campanha eleitoral. Eu não estou.
Deve votar no PS quem concordar com os pontos de vista defendidos no programa de governo do partido, ou pelo menos, julgar que o PS é o partido que partilha mais pontos de vista com o seu. Razões como a famigerada "estabilidade" ou o monstro da direita não são, no meu entender, motivos para votar em quem quer que seja.
O mesmo aplica-se para qualquer outro partido. Se alguém me disser que é fascista, racista e que por isso vai votar no PNR, eu respondo-lhe que faz a melhor opção. Não estou aqui a defender o BE, nem o PCP, nem partido nenhum. Por isso, responder às minhas objecções com os 2,7% do BE, ou outro número qualquer não faz sentido.
Mas já agora deixa-me dizer que não compreendo o problema que os PSistas têm com o Bloco de Esquerda. OK, não gostam do BE, não votam nele. Afinal, é possível que nem venha a fazer falta.
 
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