sexta-feira, fevereiro 04, 2005

Santana vs. Sócrates

A entrevista conjunta de ontem à noite foi bastante previsível. Como nenhum dos temas que marca a diferença entre os dois foi abordado (política externa, por exemplo), resumiu-se ao anúncio da capacidade de cada equipa fazer cumprir o que apregoa. E, como também neste aspecto os dois têm telhados de cuspo, foi um empate sem golos. E o tema de fundo poderia ser o Rui Veloso a cantarolar "... é muito mais o que une, do que aquilo que nos separa...".
Por mais que tentem, Sócrates não vai falar em coligações até às eleições. Por um lado, é óbvio que a maioria absoluta está ali à mão, mas por outro, vejo muito mais facilmente o PS juntar-se ao CDS/PP do que ao BE. Aliás, quem tem acompanhado as declarações de Sócrates nota a falta de hostilidade em relação ao partido de Paulo Portas e até elogios a Bagão Félix, como no caso do orçamento ou da cobrança aos clubes de futebol. Quando é necessário, como aconteceu ontem, até é possível esquecer que o governo actual não é só o PSD. Não me surpreenderá nada termos estes dois, e mais alguns, mais 4 anos a mandar em nós.

Comments:
Sinceramente, Alexandre achas sequer concebível haver uma coligação entre o PS e o PP do Portas? É uma disparate tão grande que nem apetece comentar. Se isso acontecesse os socialistas nunca mais ganhavam eleições.
 
Se o Guterres não se inibiu quando fez aprovar os orçamentos "limianos", porque é que Sócrates teria problemas em coligar-se ao PP? Sinceramente, não vejo onde está o disparate...
 
E só para que não restem dúvidas, acho mesmo que, em áreas definidoras dos programas de governo, as propostas do PS estão mais próximas do PP do que da CDU ou do BE.
 
O orçamento liminiano só existiu porque os partidos não se mostraram disponíveis a aprovar o orçamento (apesar de andarem todos interiormente a rezar para que ele fosse aprovado). Mas isso não significou uma coligação, foi um aliança circunstancial, e isto eu sou a favor se for feito com partidos. Se o PS ganhar com minoria vai ter de governar fazendo alianças ora à esquerda ora à direita, não há outra maneira de governar. Estando à direita do BE e do PCP e à esquerda do PP e do PSD, é normal que vá ter de tomar medidas umas vezes mais próximas de uns e outras vezes de outros.
Mas isto não é a mesma que coligar-se com PP para formar governo. Há uma diferença abissal.
 
eu também não vejo onde está o disparate... quem tomou o gosto pelo poder, dificilmente prescindirá dele caso tenha a frincha de uma porta aberta... o assunto já não é novo e o Portas não afastou esse considerando até ao momento...
 
O Sócrates não afastou, mas os socialistas sim. Se o Sócrates fizesse uma coligação com o Portas era o seu fim. Ninguém lhe perdoaria. Era preciso não conhecer de todo o eleitorado do PS para se cometer uma asneira destas.
 
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