sábado, fevereiro 05, 2005
Coligações
Judite de Sousa, como jornalista bem informada que é, leu o "Rotação Difusa" ontem e atacou Santana Lopes com a pergunta: "e porque não uma coligação PS/PP?".
Agora mais a sério. Recuperando a opinião do Mário de há umas semanas atrás, com a qual concordo inteiramente, acho estranha essa obscessão de Santana e Portas com uma possível união de facto entre PS e BE. É como quem diz: "vejam lá, comam a sopa toda senão o Louçã e os amigos dele vêm para buscar-vos!". Será que, provado cientificamente que os comunistas não comem criancinhas, a direita quer convencer alguém que os bloquistas as devoram?
Explico melhor: há uns tempos o Mário ponderava não fazer sentido que seja um partido (muito) minoritário, no caso o BE, venha a condicionar a aplicação do programa de governo do partido maioritário. E tem toda a razão.
E há ainda uma segunda razão para que esta coligação tenha pouca credibilidade. Dado o nosso sistema eleitoral, mesmo uma grande subida do BE, para 4 ou 5% dos votos, pode não se traduzir em aumento do número de deputados. E estou mesmo convencido que é isto que vai acontecer.
Neste caso não faria sentido nenhum chamar o BE ao governo. Para quê? Dar ministérios a todos os deputados bloquistas? Não é viável. Neste caso o PS deve governar minoritariamente e procurar os acordos pontuais, como fez em 95-99.
E, voltando à abertura deste post. Repararam que Santana respondeu a Judite de Sousa com o compromisso pré-eleitoral firmado entre os partidos. Ora bem, seria muito mais coerente com o companheiro de governo retrucar com a incompatibilidade entre as propostas, ou com a inabilidade de Sócrates para formar um bom governo do que com um acordo assinado. Eu acho que isto quer dizer qualquer coisa...
Agora mais a sério. Recuperando a opinião do Mário de há umas semanas atrás, com a qual concordo inteiramente, acho estranha essa obscessão de Santana e Portas com uma possível união de facto entre PS e BE. É como quem diz: "vejam lá, comam a sopa toda senão o Louçã e os amigos dele vêm para buscar-vos!". Será que, provado cientificamente que os comunistas não comem criancinhas, a direita quer convencer alguém que os bloquistas as devoram?
Explico melhor: há uns tempos o Mário ponderava não fazer sentido que seja um partido (muito) minoritário, no caso o BE, venha a condicionar a aplicação do programa de governo do partido maioritário. E tem toda a razão.
E há ainda uma segunda razão para que esta coligação tenha pouca credibilidade. Dado o nosso sistema eleitoral, mesmo uma grande subida do BE, para 4 ou 5% dos votos, pode não se traduzir em aumento do número de deputados. E estou mesmo convencido que é isto que vai acontecer.
Neste caso não faria sentido nenhum chamar o BE ao governo. Para quê? Dar ministérios a todos os deputados bloquistas? Não é viável. Neste caso o PS deve governar minoritariamente e procurar os acordos pontuais, como fez em 95-99.
E, voltando à abertura deste post. Repararam que Santana respondeu a Judite de Sousa com o compromisso pré-eleitoral firmado entre os partidos. Ora bem, seria muito mais coerente com o companheiro de governo retrucar com a incompatibilidade entre as propostas, ou com a inabilidade de Sócrates para formar um bom governo do que com um acordo assinado. Eu acho que isto quer dizer qualquer coisa...