terça-feira, janeiro 18, 2005
Os prós, os contras e os nem por isso
Viram o "Prós e Contras" na RTP1, ontem à noite?
Só para situar quem não viu, o tema girava à volta do distanciamento entre a classe política e os eleitores, a descrença generalizada nos políticos e daí em diante. Convidados: Mário Soares, Adriano Moreira, Freitas do Amaral e Pinto Balsemão. O ponto de partida foi uma sondagem, que indicava que uma alta percentagem dos entrevistados pensa que o resultado das eleições não tem qualquer influência no quotidiano do país, não eram capazes de indicar o cabeça de lista de nenhum partido ns última legislativas, etc. Em suma, dizem que os políticos e os partidos são todos iguais.
Até aqui nada de novo. Se quiserem ver os resultados de uma sondagem semelhante (ou será a mesma?), consultem o blog "Margem de erro". O link está aqui à direita.
Voltando ao programa, não me ria tanto desde o Natal, quando vi o DVD do "Gato Fedorento".
Primeiro, reparem no painel. Desculpem lá, mas estes senhores estiveram no governo ou em cargos políticos de primeira linha. Se os portugueses andam alheados da política, cada um deles tem uma boa quota-parte de culpa. Perguntar-lhes o que fazer? Eles não sabem!!! Se soubessem, já o tinham feito quando puderam. Não é agora com 125 anos de idade que o vão descobrir.
A primeira tirada satírica da noite veio quando a apresentadora perguntou ao Miguel Cadilhe qual seria a solução para aproximar a máquina governativa dos cidadãos. Respondeu com aquela conversa neo-liberal do costume, que inclui chavões do tipo: "diminuir o peso do Estado", "administração pública mais eficiente", etc. (quanto a formar e requalificar os funcionários e valorizar as carreiras, tá quieto!!!). Um momento... Este moço foi o ministro das Finanças que esteve mais tempo na cadeira desde o 25 de Abril, não foi? Ora bem, deixem-me dizer uma coisa: ele também não sabe!!! Se soubesse, já o tinha feito.
Mas o momento que me deixou a rolar no chão agarrado à barriga aconteceu na altura em que começaram as sugestões concretas. Estava eu à espera de ouvir falar de sites na Internet, WebQuests, ou até da criação de um programa que utilizasse os mass media (televisão e Internet), quando Freitas do Amaral sugeriu (e os outros concordaram) com a criação de uma disciplina obrigatória no Ensino Secundário de Formação Cívica e Cidadania!!! Disciplina obrigatória??? Há quanto tempo estes rapazes não vão a uma escola? E já agora quem é que leccionava a disciplina? Chamamos os deputados reformados ou colocamos um dos professores que se está nas tintas para as eleições, não sabe o nome de nenhum cabeça-de-lista, e de caminho, nem sabe quando é o próximo acto eleitoral?
Só para situar quem não viu, o tema girava à volta do distanciamento entre a classe política e os eleitores, a descrença generalizada nos políticos e daí em diante. Convidados: Mário Soares, Adriano Moreira, Freitas do Amaral e Pinto Balsemão. O ponto de partida foi uma sondagem, que indicava que uma alta percentagem dos entrevistados pensa que o resultado das eleições não tem qualquer influência no quotidiano do país, não eram capazes de indicar o cabeça de lista de nenhum partido ns última legislativas, etc. Em suma, dizem que os políticos e os partidos são todos iguais.
Até aqui nada de novo. Se quiserem ver os resultados de uma sondagem semelhante (ou será a mesma?), consultem o blog "Margem de erro". O link está aqui à direita.
Voltando ao programa, não me ria tanto desde o Natal, quando vi o DVD do "Gato Fedorento".
Primeiro, reparem no painel. Desculpem lá, mas estes senhores estiveram no governo ou em cargos políticos de primeira linha. Se os portugueses andam alheados da política, cada um deles tem uma boa quota-parte de culpa. Perguntar-lhes o que fazer? Eles não sabem!!! Se soubessem, já o tinham feito quando puderam. Não é agora com 125 anos de idade que o vão descobrir.
A primeira tirada satírica da noite veio quando a apresentadora perguntou ao Miguel Cadilhe qual seria a solução para aproximar a máquina governativa dos cidadãos. Respondeu com aquela conversa neo-liberal do costume, que inclui chavões do tipo: "diminuir o peso do Estado", "administração pública mais eficiente", etc. (quanto a formar e requalificar os funcionários e valorizar as carreiras, tá quieto!!!). Um momento... Este moço foi o ministro das Finanças que esteve mais tempo na cadeira desde o 25 de Abril, não foi? Ora bem, deixem-me dizer uma coisa: ele também não sabe!!! Se soubesse, já o tinha feito.
Mas o momento que me deixou a rolar no chão agarrado à barriga aconteceu na altura em que começaram as sugestões concretas. Estava eu à espera de ouvir falar de sites na Internet, WebQuests, ou até da criação de um programa que utilizasse os mass media (televisão e Internet), quando Freitas do Amaral sugeriu (e os outros concordaram) com a criação de uma disciplina obrigatória no Ensino Secundário de Formação Cívica e Cidadania!!! Disciplina obrigatória??? Há quanto tempo estes rapazes não vão a uma escola? E já agora quem é que leccionava a disciplina? Chamamos os deputados reformados ou colocamos um dos professores que se está nas tintas para as eleições, não sabe o nome de nenhum cabeça-de-lista, e de caminho, nem sabe quando é o próximo acto eleitoral?
Comments:
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O problema do programa é que, exceptuando Mário Soares, todos convidados eram da área do psd e do cds (Balsemão, Miguel Cadilhe, Freitas, Adriano Moreira). Como toda a gente sabe, são estes os partidos que mais moral têm para falar sobre estes assuntos.
Não me parece que isto tenha algo a ver com a inclinação política das pessoas que lá estavam. Da esquerda à direita não vejo qualquer partido com ideias concretas e viáveis para reverter esta tendência.
Não estava a dizer que tinha que ver com a inclinação política, estava era a falar na falta de variedade dos comentadores. Se a ideia era debater teriam excolher pessoas dos vários quadrantes políticos, sobretudo se o programa se chama prós e contras.
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